No dia 4 de julho de 2012 foi revelado ao mundo o bóson de Higgs, uma partícula subatômica prevista em teoria pelo cientista, em nome do qual foi batizada.
Foi detectada no maior acelerador de partículas do mundo (LHC), ao custo de dez bilhões de dólares e com a contribuição de mais de três mil físicos e engenheiros, liderados pela física italiana Fabíola Gianotti.
Com esta descoberta, conhecemos agora algo como 5% de toda a matéria que existe. Sendo assim, tudo o que vemos, conhecemos ou detectamos, não passa de uma migalha do Universo. E é em cima dessa mísera porção de matéria que toda a medicina conhecida se estrutura – o realismo materialista.
No entanto, essa postura não consegue explicar fenômenos anômalos como o surgimento de determinadas doenças, a cura espontânea, as curas súbitas sem uso de remédios, tratamentos resolutivos com uso de substâncias florais, homeopáticas ou freqüencias, bem como a solução de doenças baseadas no poder da sugestão e da fé.
Um novo modelo de medicina vem sendo proposto baseado no novo paradigma da física – a física quântica.
Ironicamente, este modelo é um resgate de conhecimentos muito antigos – de pelo menos quatro mil anos atrás, enunciados por Hermes Trimegisto, entre os quais destacamos “O Princípio de Vibração”, segundo o qual,
“Nada está parado; tudo se move, tudo vibra.” Em outras palavras, a matéria é um estado da energia. As diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala.
Considerando que somos constituídos de energia, nada mais lógico, portanto, que tratemos energia com energia, razão do surgimento de frequenciais quânticos ou vibracionais. A dualidade mente-corpo separa os fenômenos e tenta explicar tudo baseado na matéria. Isso não resolve o paradoxo dos significados, pois a única característica que define a mente é o significado. Para dar um significado para a matéria, torna-se necessária a presença de algo extra-físico, independente do cérebro – a mente. Carl Yung considerava este o domínio da nossa intuição. Rupert Sheldrake postulou campos morfogenéticos para explicar a morfogenia (literalmente, origem da forma) na biologia e Deepak Chopra cunhou a expressão “cura quântica”. Como se vê, todos relacionados a distintas formas de energia. Os componentes espirituais da cura, as dimensões paralelas, a percepção extrassensorial e o conceito de imortalidade da alma ou “consciência”, podem ser explicados por este modelo integrativo. A ciência zombava da religião e agora bebe na sua fonte.
O método quântico, segundo Amit Goswami, fundamenta sua visão de mundo baseado na nova física, chamada física quântica e vivifica a mensagem desta nova física em sua prática médica. Segundo este princípio, a consciência é o fundamento de todo o ser. Tudo o que existe – incluindo a matéria conhecida, é uma expressão, uma possibilidade, da consciência. É ela que escolhe os eventos que vivemos. Os médicos que se valem unicamente dos conhecimentos baseados na física clássica, tratam o ser humano como máquina, agindo mecanicamente, usando remédios e procedimentos mecânicos. O médico quântico, por outro lado, pratica uma medicina consciente, voltada para pessoas. Sua abordagem vai além da alopatia, incluindo o significado da doença e da cura, o amor e as formas sutis de energia que podemos chamar de prana, chi, ki, pneuma ou alma.
Integrar estas várias abordagens significa dar lugar a métodos convencionais e não-convencionais, tais como vacinas,
antibióticos, cirurgia, acupuntura, do-in, reiki, psicoterapia, curas espirituais, transpessoais, alinhamento de chakras ou apometria, só para citar algumas.
Mesmo para os mais ferrenhos críticos das terapias quânticas, não há como negar os novos conhecimentos, tais como os neuropeptídeos, moléculas que são secretadas pelo cérebro sob a influência de emoções ou pensamentos e que atuam em todo o organismo, influenciando desde a imunidade à reprodução celular.
Há muita especulação nessa área e aproveitadores podem se valer da ingenuidade dos incautos para tirar proveito financeiro ou de poder nesta seara. Não há nenhuma certeza absoluta nesse terreno, algo que Heisenberg já disse em 1927 quando publicou o seu “Princípio da Incerteza”.
Portanto, temos de permanecer com a cabeça aberta, mas o preço da liberdade continua sendo a eterna vigilância.
Dr. Rui Arsego | Médico
Psiquiatra
CRM 2462-SC
ruiarsego.psi@gmail.com
Fonte: Revista Saúde Quântica