B12: A vitamina antidepressiva

O número de adeptos ao vegetarianismo e veganismo cresce no Brasil e no mundo, com esse fator a deficiência da vitamina B12 é alarmante, uma epidemia silenciosa com graves consequências.
A vitamina B12 é hidrossolúvel e ajuda a manter o metabolismo do sistema nervoso, trabalha em conjunto com o folato na síntese de DNA e das células vermelhas do sangue. Também está envolvida na produção da bainha de mielina em torno dos nervos, e na condução de impulsos nervosos. Você pode pensar no cérebro e no sistema nervoso como um grande emaranhado de fios. A mielina é o isolamento que protege os fios e os ajuda a conduzir as mensagens.

Males que ela trata: depressão, prevenção do câncer, bursite, epilepsia, fadiga, hipoglicemia, excesso de peso, insônia, úlcera gástrica, herpes-zoster, tuberculose, alcoolismo, alergias, anemia perniciosa, asma e arteriosclerose.
Sua falta provoca: fraqueza nas extremidades dos ombros, sintomas de esquizofrenia, dificuldades de locomoção e expressão, degeneração dos nervos, distúrbios menstruais, nervosismo e inflamação, envelhecimento precoce.
Fatores que a empobrecem: álcool, café, inseticidas, envelhecimento, laxantes, pílulas soporíferas, fumo e deficiência de B6 e de sais de ferro e cálcio inorgânicos, “medicamentos” para pressão alta, tuberculose, Parkinson, gota e colesterol alto.

A pílula anticoncepcional rouba a B6, B12, B2, Folato e Zinco.
O álcool rouba as vitaminas B1, B6, Folato, B12, C, A, D mais o Cálcio, Ferro, Magnésio e Zinco.

A falta de B12 gera a anemia perniciosa e seus sintomas são: fadiga, fraqueza, instabilidade, entorpecimento, pontadas nas pernas, dificuldades respiratórias, perda de peso, perda de memória, inflamação da língua, desconfortos abdominais, dores no peito.

Uma deficiência de B12 pode induzir a uma deficiência de B1, mesmo quando os índices de ingestão de B1 são normais. E a B1 é importantíssima para o bom desempenho do sistema nervoso. Pode ocasionar, na sala de aula, não conseguir participar de discussões, não conseguir acompanhar as idéias debatidas. Sua concentração fica zero. Cada vez mais impossível para compreender ou até mesmo lembrar-se do que tenha lido. Pior que isso, sentir-se só, inseguro e isolado. Provavelmente ocasionado por um stress.

O metabolismo da B12
Para que você metabolize corretamente a B12 é preciso que tenha o fator intrínsico. Esse fator deve estar presente nas secreções gástricas. Esse fator ou condição inerte começa no estômago. Se o seu estômago não produz ácido clorídrico em quantidades suficientes, essa situação já trará complicações para o fator intrínsico. Um bom funcionamento da tireóide pode melhorar a sua absorção. Além disso, a presença de cálcio também colabora no metabolismo correto da B12. Após a absorção a vitamina é incorporada ao soro protéico (globulinas) e transportada pelo sangue para vários tecidos do corpo humano. As maiores concentrações são encontradas no fígado, rins, coração, pâncreas, cérebro, sangue, medula e testículos.

Melhores fontes de Vitamina B12:
Farelo de Arroz, Arroz Integral, Brotos, Cevada, Couve Dente-de-Leão, Girassol, Grãos, Levedo de Cerveja, Melancia, Nozes, Pinha, Algas, Sementes, Trigo. (fonte: American Holistic College of Nutrition)
Por fim, existe ainda um outro fator que é a falta do micro nutriente chamado cobalto. Esse composto químico não é muito presente nos alimentos vegetais e o vegetariano mais radical deve prestar atenção para as suas fontes naturais ou compensar com suplementos de cobalto cada 2 ou 3 meses.7

É muito comum encontrar vegetarianos anêmicos! Não podemos esquecer que essas pessoas consomem muito açúcar, refrigerantes, vinagre, bebe cerveja ou vinho, comem leite e derivados, ovos, picles, leite condensado, chocolate, tomam café ou “substitutos”, e tantos outros alimentos que costumam ter fermentações e putrefações intestinais. O resultado disso é a anemia, pois todos esses produtos citados – mais a consequência inevitável da sua ingestão: a fermentação e putrefação – destroem qualquer possibilidade de absorção ou aproveitamento da B12 dos alimentos vegetais.

A vitamina B12 ainda precisa de cálcio durante a sua absorção (por isso a importância de se comer gergelim, verduras cruas e tomar sol frequentemente) e uma certa ingestão de iodo, daí a importância de se consumir algas marinhas com regularidade. O iodo é um grande fixador de cálcio.
O nível da B12 no soro sanguíneo deve variar entre no mínimo 450 picog/ml a 900 picog/ml. Deve-se associar a B1 e B6 nos casos de nevralgias, e B6 e B9 nos casos de anemia. Não existe risco de hipervitaminose.

B12: A vitamina antidepressiva
Estudos apontam que até 30% dos pacientes hospitalizados por depressão são deficientes em vitamina B12.  Um estudo transversal de 700 mulheres com deficiência física que vivem em uma comunidade com mais de 65 anos descobriu que as mulheres deficientes em vitamina B12 eram duas vezes mais propensas a serem severamente deprimidas. Em outro estudo populacional de 3.884 homens idosos e mulheres com transtornos depressivos descobriu que aqueles com deficiência de vitamina B12 eram quase 70% mais propensos a sofrer de depressão do que aqueles com um estado normal de vitamina B12. As causas da relação entre deficiência de vitamina B12 e depressão não são claras, mas podem implicar uma falta de S-adenosilmetionina (SAM). O SAM é um doador de grupo metilo em inúmeras reações de metilação no cérebro, incluindo aqueles envolvidos no metabolismo de neurotransmissores cuja deficiência tem sido associada à depressão. Uma deficiência grave de B12 em um modelo de rato mostrou alterações dramáticas na metilação do DNA no cérebro, o que poderia levar a alterações neurológicas. Esta hipótese é apoiada por vários estudos que mostraram que a suplementação com SAM melhora os sintomas depressivos.

Doença cognitiva, demência e Alzheimer
A ocorrência de deficiência de vitamina B12 prevalece na população idosa e tem sido freqüentemente associada à doença de Alzheimer. Um estudo encontrou níveis mais baixos de vitamina B12 no líquido cefalorraquidiano em pacientes com Alzheimer do que em pacientes com outros tipos de demência, embora os níveis sanguíneos de vitamina B12 não diferiram. O motivo da associação do baixo estado de vitamina B12 com a doença de Alzheimer ainda não está claro. A deficiência de vitamina B12, bem como a deficiência de folato, podem levar a um declínio na síntese de metionina e S-adenosil metionina (SAM), afetando assim negativamente as reações de metilação. As reações de metilação são essenciais para o metabolismo dos componentes da bainha de mielina das células nervosas, bem como dos neurotransmissores. Outras implicações metabólicas da deficiência de vitamina B12 incluem o acúmulo de homocisteína e ácido metilmalônico, o que poderia contribuir para as características neuropatológicas da demência.

Prevenção do Câncer
O folato é necessário para a síntese de DNA, e há evidências de que a diminuição da disponibilidade de folato resulta em cadeias de DNA mais suscetíveis a danos. A deficiência de vitamina B12 capta folato de forma que é inutilizável para o corpo na síntese de DNA. Tanto a deficiência de vitamina B12 quanto a deficiência de folato resultam em diminuição da capacidade de reações de metilação . Desta forma, a deficiência de vitamina B12 pode levar a uma taxa de altos danos ao DNA e a sua metilação alterada, fatores importantes no risco de câncer.

Cianocobalamina X Metilcobalamina
A metilcobalamina é uma das duas formas de coenzima bioativas de vitamina B12 que são essenciais para o nosso organismo. Apenas a metilocobalamina e adenosilcobalamina podem influenciar diretamente a saúde – todas as outras formas de vitamina B12 necessitam de ser convertidas pelo organismo. Apenas a metilocobalamina e adenosilcobalamina podem ficar ativas no organismo.

A metilcobalamina é uma forma natural da vitamina B12 que pode ser encontrada em muitos alimentos. Uma vez que a metilcobalamina não necessita de ser metabolizada para ser utilizada pelo corpo, tem uma vantagem óbvia sobre a cianocobalamina, a forma sintética de vitamina B12. Ela deve passar por três estágios de processamento (metabolismo) antes de se tornar metilcobalamina. Este processo requer, além disso, a presença de outras vitaminas, coenzimas e utiliza recursos adicionais do corpo, desvantagem óbvia das formas naturais de vitamina B12.

Ao contrário do que a metilcobalamina fornece, metil essencial, a cianocobalamina contém vestígios de cianeto, que na melhor das hipóteses é inútil para o corpo e deve de ser eliminado.  Mais importante ainda, ao contrário da cianocobalamina, a metilcobalamina tem uma capacidade de absorção maior a nível celular. Com efeito, mesmo se o nível de vitamina B12 mensurável no sangue excede a metilcobalamina, uma grande parte desta cianocobalamina é rapidamente eliminada.

Por todas estas razões, recomendamos evitar tomar preparações farmacêuticas contendo cianocobalamina, e optar por formas naturais, como a metilcobalamina. É especialmente indicada para pessoas que estão procurando os suplementos complementares mais próximos do que a natureza tem para oferecer.

COMPLEMENTAÇÃO DIÁRIA (Metilcobalamina – SL)
a) 50 microgramas: você é saudável, enérgico, ainda não atingiu a idade da aposentadoria, e come produtos do reino animal como carne, peixe e frango com uma certa frequência.
b) 100 – 250 microgramas: você já passou dos 60 e a sua habilidade de absorver essa vitamina está ficando mais fraca.
c) 250 – 500 microgramas: ultimamente, o seu nível energético e, possivelmente os seus nervos, não estão indo muito bem.
d) 1000 microgramas: Possivelmente você esteve doente ou foi submetido a alguma cirurgia. Sofre com depressão ou hipotireoidismo. Talvez você seja um vegetariano radical (vegan). Você evita então qualquer produto de origem animal e se você tiver problemas no fator intrínsico, como foi explicado antes (porque ingere álcool, açúcar, antibióticos, leite, ovos, parasitas, vinagre, doces, etc), você se sente sem energias. É recomendável também fazer um exame fiel e minucioso para não haver dúvidas.

Se você é deficiente B12, o próximo passo é identificar o mecanismo que causa a deficiência. Isso é algo que você provavelmente vai precisar de ajuda com de um médico. Uma vez que o mecanismo é identificado, a forma adequada (injeção, oral, sublingual ou nasal) de suplementação, a dose e a duração do tratamento poderá ser selecionada.

Referências: PubMed
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